A turma da EB1 de Aldeia do Futuro iniciou o ano lectivo com 18 alunos:
9 alunos matriculados no 3º ano, dos quais:
. dois alunos são abrangidos pelo decreto-lei 3/2008, devido ao facto de serem portadoras de deficiência auditiva;
. uma criança para a qual o ano passado foi solicitada observação psicológica e que continua em processo de observação médica e de terapia da fala para averiguação sobre eventuais deficit de atenção/dislexia .
4 alunos matriculados no 2º ano;
5 matriculados no 1º ano, uma das quais merecedora de especial atenção devido ao facto de ter perdido recentemente ambos os pais num acidente de viação.
Apesar da situação de trabalho ser complexa devido à existência de três anos de escolaridade era possível desenvolver um trabalho específico para cada ano e ao mesmo tempo apoiar individualmente ou em pequeno grupo alunos com dificuldades específicas num ou noutro conteúdo ou área.
Acrescento que os alunos com NEE tinham tal como ainda têm o apoio do professor de Ensino Especial duas manhãs por semana e 45 min semanais individualmente com o terapeuta da fala.
Em Outubro, veio uma nova aluna inicialmente matriculada no 2º ano na EB1 das Ameiras mas que deixou de a poder frequentar por os pais não a poderem transportar e por não haver circuito de transporte escolar para lá.
Ficaram 19 alunos.
Desde logo chamei a atenção para a dificuldade de ter mais alunos e de se ir exceder o limite de alunos em escola de lugar único.
A aluna em causa demonstrava ritmo de trabalho extraordinariamente lento e um nível de leitura muito abaixo dos seus colegas de ano.
No início de Dezembro, veio mais um aluno para o 1º ano, brasileiro de 9 anos de idade com duas repetências no seu país de origem.
Ficaram 20 alunos.
Novamente referi o já existente excesso de alunos para uma turma de escola de lugar único e a cada vez maior dificuldade em desenvolver trabalho diferenciado e em apoiar os alunos individualmente por forma a ultrapassarem as suas dificuldades.
Já em Fevereiro ingressaram nesta escola mais 2 alunos, irmãos, um do 2º e um do 3º anos, oriundos de uma família constituída pela mãe e 6 filhos apoiada pela CPCJ e alojada transitoriamente em casa de uma irmã da mãe que é a Encarregada de Educação das 4 crianças em idade escolar.
Mais uma vez referi ser impossível com os anos de escolaridade em presença e com o já duplo excesso de alunos (4 relativamente à existência de 3 anos de escolaridade e 2 relativamente aos 20 para turmas com crianças com NEE) desenvolver um trabalho de qualidade, respeitando as especificidades e as necessidades individuais dos diversos alunos.
Acrescento que estas últimas crianças revelam dificuldades ao nível da atenção, da concentração e da vontade de trabalhar, bem como deficiências ao nível ortográfico e da escrita organizada de textos. Revelam-se igualmente crianças carentes de afecto e atenção necessitando de reforço e apoio individuais constantes.
Actualmente, não é possível corrigir trabalhos, controlar aprendizagens, programar, preparar aulas e materiais e apoiar alunos (academicamente e não só) de forma satisfatória.
Considero que todos estes alunos merecem um melhor atendimento do sistema educativo e que para se garantir o ensino e, principalmente, a aprendizagem e o desenvolvimento das competências necessárias a uma continuação com sucesso da escolaridade de todas estas crianças será necessário reforçar a equipa pedagógica desta escola e o apoio prestado pelo professor. Tal só será possível com um outro docente na sala em período nunca inferior a uma hora diária.
Chamo por isso a atenção para a necessidade urgente de o fazer sob pena de se comprometer a adaptação de uns e a preparação académica de todos.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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2 comentários:
Como eu te compreendo!!! Só quem verdadeiramente dá aulas, está no terreno e conhece as nossas crianças e as suas dificuldades te pode dar valor.
Força e não desanimes, porque mesmo que peças muito ninguém lá de cima te vai ouvir (como de costume)
abraços...:-((
Obrigada Bea
Não fiquei muito animada mas...
Margarida
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